Como mostrado na figura abaixo, existem quatro componentes dentro da reforçada caixa do conversor de torque:
  • bomba
  • turbina
  • estator
  • fluido hidráulico


As partes de um conversor de torque (da esquerda para à direita): turbina, estator, bomba

A caixa do conversor de torque é aparafusada ao volante do motor, de forma que funcione na mesma velocidade que ele. As aletas que geram a compressão do conversor de torque são anexadas à caixa, de forma que também funcionem na mesma rotação que o motor. O corte abaixo mostra como tudo está conectado dentro do conversor de torque.


Como as partes do conversor de torque estão conectadas a transmissão e ao motor
 A bomba dentro do conversor de torque é um tipo de bomba centrífuga. À medida que ela gira, o fluido é arremessado para fora, num sistema muito parecido com a forma que o ciclo de secagem de uma máquina de lavar roupas que arremessa água e roupas para a parede da bacia de lavagem. Quando o fluido é expelido, um vácuo é criado e mais fluido é puxado para o centro.


Uma parte da bomba do conversor de torque
é anexada a caixa
 O fluido entra nas lâminas da turbina, que está conectada ao câmbio. A turbina faz com que o câmbio gire, e o carro se mova. Você pode observar no gráfico abaixo que as lâminas são curvas. Isso significa que o fluido externo que entra na turbina precisa de direção antes de sair do centro da turbina. É essa mudança direcional que leva a turbina a girar.


A turbina do conversor de torque: note as estrias no meio. É aí que ela se conecta ao câmbio.
 Para alterar a direção de um objeto em movimento, é preciso aplicar uma força a esse objeto - não importa se o objeto é um carro ou uma gota de fluido. Seja o que for que aplique a força para fazer algo girar, sente a mesma força, porém em sentido contrário. Assim, à medida que a turbina faz com que o fluido mude de direção, o fluido faz com que a turbina gire.
O fluido deixa o centro da turbina, movendo-se em uma direção diferente daquela que entrou. Se você observar as setas na figura acima, verá que o fluido sai da turbina movendo-se em direção oposta àquela que a bomba (e o motor) está girando. Se o fluido pudesse atingir a bomba, diminuiria a rotação do motor, desperdiçando energia. É por isso que um conversor de torque possui um estator.


O estator envia o fluido que está retornando da turbina à bomba. Isso melhora a eficiência do conversor. Observe as ranhuras, que estão conectadas a uma embreagem unidirecional dentro do estator.
 O estator está posicionado bem no centro do conversor de torque. Sua função é redirecionar o fluido que retorna da turbina antes que ele atinja a bomba novamente. Isso aumenta em muito a eficiência do conversor de torque.
O estator possui lâminas com um desenho bastante vigoroso que invertem a direção do fluido quase que completamente. Uma embreagem unidirecional (dentro do estator) o conecta a uma árvore fixa na transmissão (a direção na qual a embreagem faz o estator girar está marcada na figura acima). Devido a essa configuração, o estator não gira com o fluido - ele apenas gira na direção oposta, forçando o fluido a mudar de direção quando atinge as lâminas do estator.
Quando o carro está se movendo ocorre algo curioso. Existe um ponto, aproximadamente a 65 km/h, no qual tanto a bomba quanto a turbina estão girando praticamente à mesma rotação (a bomba sempre gira ligeiramente mais rápido). Nesse ponto o estator não é necessário, pois o fluido retorna da turbina e entra na bomba na mesma direção que ela.
Mesmo que a turbina altere a direção do fluido e arremesse-o para trás, ainda assim ele acaba movendo-se na mesma direção que a turbina, pois ela está girando mais rápido do que o fluido bombeado para outra direção. Se você estivesse em pé na traseira de uma pick-up que está andando a 95 km/h e arremessasse uma bola para trás a 65 km/h, a bola ainda se moveria a 30 km/h. Isso é semelhante ao que acontece na turbina: o fluido está sendo arremessado para trás em uma direção, mas não tão rápido quanto já estava se movendo na direção oposta.
A essas velocidades, o fluido atinge a parte de trás das lâminas do estator, levando-o a ficar em roda-livre na embreagem unidirecional, de modo que ele não impede a passagem do fluido através dele.